Aumento na produção de leite Materno

Amamentar não é algo tão intuitivo para os seres humanos como é para outros mamíferos.

A Dieta Ideal para Aumentar a Produção de Leite Materno: Alimentos que podem ajudar na lactação.

O que será que está por trás da produção de leite? Será que tem algum alimento específico que faz aumentar essa produção? Como deve ser a alimentação da mãe para contribuir com essa produção adequada?

Vamos conversar um pouquinho sobre esses tópicos no texto de hoje.

A primeira coisa que você deve refletir é sobre o real motivo de querer aumentar a sua produção de leite.

Muitas mães acreditam que por serem magras ou terem seios pequenos não conseguirão amamentar seu bebê de forma satisfatória ou que, o volume que está produzindo, quando se compara a alguma outra mãe, não será suficiente ou que, se o bebê mama muitas vezes ao dia é porque o leite não está “segurando”, seja por ser insuficiente ou não nutritivo.

Se essas dúvidas também chegam por aí, esse texto é para você!

Se entendemos que o volume de leite por si só não determina a nutrição do bebê, que o corpo da mãe ou o formato do seio (grande ou pequeno) não diz sobre produção ou efetividade dessa nutrição e nem que o tempo de mamada vai significar que o bebê não conseguiu suprir as necessidades que ele precisa naquele momento, o que levar em consideração para se preocupação realmente com a produção de leite?

Dois fatores: a perda de peso do bebê e a sua dificuldade de crescimento.

Devo ressaltar que não necessariamente é a produção de leite que está prejudicada diante dessas situações, mas é uma das possibilidades a serem pensadas na investigação do caso. Vamos conversar melhor a seguir.

Entendendo sobre a produção de leite:

Quando o bebê nasce, o leite que sai nos primeiros dias é o colostro, leite riquíssimo em fatores imunológicos (como se fosse a primeira vacina do bebê), em pouca quantidade mas suficiente para atender à demanda do bebê que tem um estômago bem pequeno também. Entre o 3° e 5° dias é quando acontece a descida do leite e, aí sim, pode ser observado um volume maior, que de qualquer maneira, vai variar de mulher para mulher. Ao longo dos 4 meses iniciais, o corpo da mãe vai entendendo as necessidades do bebê e ajustando essa produção, tanto que, normalmente, após esse período, a mulher observa que a sua mama já não fica mais tão cheia quanto antes. E vamos combinar que isso nem é tão ruim assim, pois gera menos desconforto, menos vazamento, né?!

Mas o ponto chave para entendermos sobre essa produção é que ela acontece a partir do ESTIMULO local, ou seja, do bebê sugando o seio da mãe ou a mãe realizando a ordenha (manual ou com bomba elétrica). O que significa que: quanto mais sai, mais produz. Já dizia Virgínia Ferreira, Consultora Internacional de Amamentação: “Peito não é estoque, é fábrica! ”. Então, quanto mais o bebê mamar livremente ou a ordenha estiver presente, mais os hormônios prolactina e ocitocina vão trabalhar em prol da produção e saída desse leite.

Outros fatores que podem estar mascarados como baixa produção de leite

Algumas questões são referentes ao bebê, como o frênulo lingual curto (língua presa), que pode dificultar a realização da pega correta e a eficiência da sucção para realizar uma boa amamentação, tanto que alguns bebês precisam fazer uma pequena cirurgia (frenectomia) para normalizar a situação e trazer benefícios para mãe e bebê. Na perspectiva da a mãe essa situação pode ser um problema, pois pode causar lesões mamárias e problemas associados, dificultando a manutenção da amamentação e, consequentemente, uma boa produção do leite caso não seja bem orientada diante desse desafio.

A hipotonia muscular orofacial, é uma outra questão. Nessa condição, em que os músculos da face, boca e língua apresentam uma diminuição no seu tônus muscular, ou seja, eles se tornam mais fracos e menos capazes de realizar as atividades de forma adequada, podem afetar a amamentação, alimentação e, até, a respiração dos bebês.

Alimentação da mãe para uma boa produção de leite

Para o corpo materno produzir leite, há um aumento das necessidades calóricas em torno de 600 a 850kcal/dia, ou seja, há necessidade de ajuste tanto dos macronutrientes, quanto dos micronutrientes, tanto para atender a essa demanda pro bebê quanto para garantir boas reservas para a mãe.

O corpo é tão incrível que, mesmo se a mãe não se alimentar bem, seu leite será o alimento mais completo e de melhor qualidade para seu bebê. Este é um alimento vivo! Ele se ajusta às necessidades do bebê a cada nova fase. Tem fatores imunológicos, de crescimento e desenvolvimento extremamente importantes para a saúde. Tem proteína de melhor digestibilidade (por isso muitas vezes o intervalo entre mamadas é menor), é equilibrado em todos os macro e micronutrientes, entre tantos outros benefícios!

Porém, se só olharmos para o bebê nessa fase, a mãe é que se prejudica, pois ela pode entrar ou potencializar um quadro depressivo, pode piorar sua exaustão e estresse (o que afeta também a produção de leite) e pode não conseguir se doar de forma mais inteira para os cuidados do seu bebê, casa suas reservas de nutrientes não estejam adequadas.

Com isso, aceite quando o estômago roncar! Sentir fome é normal nesse momento, não fique com medo de se alimentar com alimentos de verdade, caso contrário, seu corpo vai recorrer a alimentos mais calóricos e menos nutritivos, pelo desequilíbrio na escuta e atendimento das suas necessidades.

Por isso a rede de apoio, seja ela familiar ou paga, é fundamental nesse momento! Um dos papéis é ajudar a mãe a se alimentar de forma regular, oferecendo refeições variadas e nutritivas. Ou seja, não existe um alimento específico ou milagroso para uma boa ou melhor produção de leite, mas sim a soma de todos.

Então, durante a amamentação, é importante ter a presença dos grupos alimentares como: cereais, tubérculos, leguminosas, proteínas, frutas, legumes, folhosos e gorduras de boa qualidade.

Outro papel fundamental da rede de apoio é estar sempre oferecendo água entre as refeições e durante as mamadas, pois é um dos principais componentes do leite materno; além de se disponibilizar para observar o bebê ou carrega-lo, para que a mãe durma um pouco e se recomponha ou faça outras atividades tão importantes para seu descanso e relaxamento.

Havendo necessidade real, o que precisa ser feito para aumentar a produção de leite?

- Garantir que o bebê está fazendo a pega correta do seio para acontecer uma sucção eficiente;
- Deixar o bebê mamar livremente (em quantidade e frequência);
- Fazer ordenha (de alívio ou para armazenar) após ou entre mamadas;
- Garantir que o bebê mame entre 3h - 4h da madrugada, pois é quando tem o pico de produção da prolactina (hormônio que estimula a produção de leite);
- Aumentar a ingestão de água entre 3 e 4 litros por dia (mais que isso leva a perda de minerais e outros nutrientes);
- Garantir o relaxamento e boa alimentação da mãe, especialmente com o consumo de carboidrato de qualidade, pois ajudam na produção de leite e na energia necessária no dia-a-dia.
- Incluir na rotina chá (infusão) com algumas plantas medicinais têm tido comprovação científica no auxílio à produção de leite (mais por estarem associadas a relaxamento e melhora do humor da mãe ou impacto positivo no bebê, como redução de cólica, do que aumento hormonal) – como: feno grego, funcho, melissa, alcarávia, rosa canina (produção de leite) - chá misto da mamãe / funcho, erva doce (melhora dos gases no bebê) ou extrato seco:

Por fim, entendo sua angústia de achar que seu leite não é suficiente e o desejo para aumentar essa produção, porém reforço que você deve buscar uma avaliação individual e bem atenta a sua realidade, por um profissional capacitado em aleitamento materno pois, o excesso de produção de leite, sem a real necessidade, pode levar a hiperlactação que pode gerar engurgitamento mamário e inúmeros problemas associados, como também a aumentar a quantidade de leite anterior (que pode dar fome mais rápido no bebê e também mais cólica devido ao teor de lactose), dificultando o bebê de chegar ao leite posterior (que gera maior aporte calórico e de saciedade pois é mais rico em gordura).

Confie no seu corpo! Confie no seu leite! Peça ajuda às pessoas que estão em seu entorno e para profissionais que apoiem a amamentação. Eu confio em ti, mãe! Camila Motta Nutricionista Materno Infantil Integrativa

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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